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Foto do escritorMatheus Mans

‘À Primeira Vista’, da Band, dá frescor na programação


Programas de namoro não são novidade na televisão brasileira. Xaveco, Namoro na TV e Beija Sapo tornaram-se clássicos na categoria, marcando gerações e criando um mar de cópias ao longo dos anos. Por isso, não foi surpresa quando a Band anunciou À Primeira Vista, programa que faz encontros às cegas e reúne casais em busca de um amor. Apesar de parecer fórmula batida, o programa deu um frescor na programação da TV brasileira com humor e originalidade.

Já em sua terceira semana de exibição, À Primeira Vista tem uma fórmula simples, mas que funciona bem: juntar duas pessoas num restaurante, às cegas, e com câmeras escondidas para deixar o ambiente mais agradável e sem a pressão de um reality show. Assim, mesmo que muitos participantes se sintam desconfortáveis, os encontros fluem bem, deixando uma sensação de maior naturalidade para assistindo -- ao contrário do Rola ou Enrola, por exemplo, no Programa da Eliana.

Além disso, o apresentador Luigi Baricelli -- ex-Globo -- sabe se portar como um verdadeiro maître, que é o papel que ele se propõe no restaurante. Apenas introduz os participantes e faz comentários pontuais, que não prejudicam o andamento dos encontros e do eventual romance que é estabelecido. O único problema fica por conta das duas garçonetes, atrizes, que acabam interferindo muito e fazendo graça no que tem. Causa vergonha em alguns momentos e não acrescentam em nada.

A escolha dos participantes -- que não parecem ser atores, apesar de algumas suspeitas na internet -- também é acertada. A produção do À Primeira Vista não se contenta apenas com jovens adolescentes desesperados por um romance ou por casos de uma única noite. Pelo contrário. No programa, é possível encontrar pessoas em meia-idade e até alguns que já avançaram os sessenta e que buscam par para os bailes e boates de terceira idade. Tudo muito natural e divertido.

O diferencial do programa, porém, é a comédia de erros que se estabelece em alguns dos encontros. Em Namoro na TV, o espectador só via rapidamente quando um casal não dava certo e logo partia para o seguinte. Em À Primeira Vista não é assim: cada momento de um casal que dá errado é apreciado ao máximo, mostrando o desenrolar de toda a situação e causando um forte constrangimento -- no melhor dos sentidos, é claro. É gostoso de assistir e bom para dar algumas risadas.

Obviamente, À Primeira Vista não é um marco na programação da TV. Apesar de alguma originalidade, o programa não está reinventando a roda, nem criando um novo paradigma nos meios de comunicação. Mas é um bom programa para se divertir em meio aos jornais e enlatados na programação. E é claro, para dar um refresco na saturação das dezenas de programas de culinária na Band, que parece cada vez mais dependente deste tipo de formato.

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