O cinema francês sempre apresentou uma qualidade estupenda. Diretores e atores sempre se mostraram com um nível altíssimo de qualidade. François Truffaut, Jean-Luc Godard, Brigitte Bardot e Alain Delon são alguns dos exemplos de personalidades que ajudaram a construir o cinema francês como um dos mais importantes do mundo.
Atualmente, o cinema francês vem obtendo uma crescente ainda maior de qualidade e número de espectadores. Além de figurar quase sempre dentre os melhores filmes do festival de Cannes, vários longas vêm sendo cotados para premiações ainda maiores -- como é o caso do filme O Artista, que faturou o Oscar em 2012, e Intocáveis, que já ganhou dois remakes e que é a maior bilheteria de um fillme francês fora da França.
Abaixo, o Esquina organizou uma breve lista de 7 filmes franceses, entre o período de 2010 até os recém-lançados, e que possuem uma qualidade fantástica e que merecem ser assistidos. Obviamente, muitos ficaram de fora, porém pretendo dar um alcance amplo de diretores e atores que merecem destaques no cinema francês atual.
Minhas Tardes com Margueritte (2010)
Impossível falar de cinema francês e não citar Gérard Depardieu. Ele é um dos maiores divulgadores e já atuou em dezenas de emblemáticos filmes. E o maior deles, em minha opinião, é Minhas Tardes com Margueritte. O filme, de Jean Becker, relata a vida de Germain Chazes (Depardieu), um homem simples, que mal sabe ler, e que se entretém conversando com os pombos de uma praça. Certo dia conhece Margueritte, uma simpática senhora que introduz Chazes ao mundo da literatura. Um filme sobre a velhice, mas, principalmente, sobre a amizade. Destaque para Gisèle Casadesus, atriz de 96 anos que vive de forma insuperável a Margueritte que todos gostariam de conhecer e passar uma tarde conversando com ela.
E se vivêssemos todos juntos? (2011)
Com uma constelação em seu elenco, o filme retrata a amizade durante o processo de envelhecimento vivido por cinco amigos, sendo dois casais e um solteirão convicto. O grupo, que estava próximo a ir morar em um asilo, resolve se juntar, vivendo todos juntos em uma única casa. Com isso, trata de uma maneira simples, mas sublime, dos difíceis aspectos que envolvem a terceira idade, como a morte de pessoas próximas, o esquecimento, a sexualidade, os erros e as dificuldades. Direção primorosa de Stéphane Robelin e destaque para o quinteto de protagonistas vividos por Geraldine Chaplin, Guy Bedos, Claude Rich, Pierre Richard e Jane Fonda.
Dentro da Casa (2012)
Um rapaz de 16 anos consegue entrar na casa de um colega da sua aula de literatura e resolve escrever sobre o fato no seu trabalho de francês. Animado com o dom natural do aluno e o progresso do seu trabalho, o professor volta a apreciar a função de educador dos jovens. Entretanto, a invasão do aluno vai desencadear uma série de eventos incontroláveis. Essa é a premissa do filme de François Ozon, um dos maiores nomes do cinema francês atual. Além do roteiro e elenco impecáveis, destaque para a verdadeira aula de literatura passada ao decorrer da história.
O Verão do Skylab (2013)
O filme, de Julie Delpy, conta a história de uma família que se reúne num final de semana de 1979 para comemorar o aniversário da avó numa casa no meio do campo. Dentre as dezenas de familiares, um dos personagens justifica o nome do longa-metragem: o medo que ela tem de que o satélite Skylab venha a cair próximo de onde está a casa. Um filme belíssimo e muito, muito simples. Sem muitas reviravoltas dramáticas ou intensas. Um típico final de semana com uma típica família francesa. Além da ótima diretora, o filme conta com um elenco formidável: Emmanuelle Riva, Albert Delpy e Bernadette Lafont. Além dos atores-mirins que possuem uma ótima atuação.
A Família Bélier (2014)
Paula é uma adolescente que enfrenta todas as questões comuns de sua idade: o primeiro amor, os problemas na escola, as brigas com os pais. Mas sua família tem algo diferente: seus pais e seu irmão são surdos e é ela quem administra a fazenda e traduz a língua de sinais nas conversas com os vizinhos. Um dia, porém, ela descobre ter o talento para o canto e que pode integrar uma escola prestigiosa em Paris. Agora, Paula precisa fazer uma escolha que a distanciará da família e a forçará a crescer. Além de muito sensível, A Família Bélier acerta o tom ao misturar comédia e drama numa trama real, forte e emocionante. Difícil não derramar algumas lágrimas ao final da projeção.
O Retorno do Herói (2018)
Longa-metragem que conta com o típico humor francês e que conta a história de um capitão do exército que deserta durante uma batalha, mas inventa uma história grandiosa e acaba saindo da situação como herói. Ainda que tenha exageros, O Retorno do Herói acerta ao trazer alguns assuntos atuais e interessantes -- como o machismo e a diferença salarial -- e atuações inspiradas de Jean Dujardin (O Artista) e Laurent (Bastardos Inglórios). Mas o melhor de tudo, mesmo, é o final: quando parece que Tirard vai perder a mão, acerta em cheio. Grande filme. Crítica completa AQUI.
Normandia Nua (2019)
Uma pequena cidade francesa está em apuros: a produção agrícola, base da economia desse lugarejo, começa a fraquejar. É o necessário para todos ficarem desesperados. O prefeito, tentando chamar a atenção das autoridades francesas, decide aceitar a proposta de um fotógrafo americano de fazer um retrato com todos os moradores nus. Esta é a base desta deliciosa comédia sem muitas pretensões, mas que faz o público manter um sorriso intacto durante toda sua projeção. Crítica completa AQUI.
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