A boa literatura brasileira ficou órfã, no início de 2018, após a morte de Carlos Heitor Cony. Imortal da Academia Brasileira de Letras, o carioca era de uma leveza só em seus escritos. Mesclando experiências pessoais, crítica social e uma sagacidade sem fim, Cony conseguiu produzir uma obra complexa, que dialoga entre si e com livros para todos os públicos e gostos. Difícil emergir após mergulhar de cabeça em seus escritos.
O Esquina, então, selecionou cinco livros indispensáveis de Carlos Heitor Cony e que merecem um espaço na sua estante e, é claro, na sua memória afetiva e literária.
1.
Título: Quase Memória
Páginas: 196
Editora: Nova Fronteira
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Sobre o livro: Clássico da literatura brasileira, Quase Memória venceu o prêmio Jabuti e, rapidamente, sagrou-se como o livro mais importante da carreira de Cony. A trama, que já ganhou adaptação para os cinemas, conta a história de um homem que recebe um pacote misterioso de seu pai. A questão, porém, é que o patriarca já morreu. O que tem no pacote? Como ele chegou depois de tanto tempo? Essas questões, que aos poucos vão sendo reduzidas, dão espaços para uma narrativa sobre tempo, memória e afeição.
2.
Título: O Indigitado
Páginas:
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Sobre o livro: Arrebatador, o texto de O Indigitado vai crescendo aos poucos, tomando forma e, quando menos se espera, captura o leitor de maneira indelével. Escrito em forma de folhetim, o livro traz uma trama policial longe de padrões e convenções, com reviravoltas rocambolescas e situações inesperadas. O que poderia se tornar um caos nas mãos de um escritor qualquer, porém, ganha ares de romance inspirado com Cony. O livro, aliás, é parte de uma série sobre dedos, da Objetiva. Vale conhecer os outros.
3.
Título: O Harém das Bananeiras
Páginas: 270
Editora: Nova Fronteira
Link para compra: amzn.to/2MyoHzP
Sobre o livro: Além de romancista de mão cheia, Cony também era um grande escritor de contos. Exemplo disso é o livro O Harém das Bananeiras, que reúne pequenas histórias do escritor e que, surpreendentemente, possuem impacto muito parecido com o efeito de seus romances. São fortes, sagazes, inteligentes e muito bem escritas. Neste livro, destaque para o conto que dá título à obra; ao belíssimo conto A Chaminé e a Porta. e o afetivo Estojo Escolar. Mas a graça, mesmo, é ler tudo em sequência. Aumenta a experiência.
4.
Título: Pilatos
Páginas: 224
Editora: Companhia das Letras
Link para compra: apenas em sebos.
Sobre o livro: É, sem dúvidas, o texto mais experimental e "fora da caixinha" de Carlos Heitor Cony. Escrito durante a Ditadura Militar, a obra acompanha a jornada de um homem que carrega seu pênis, decepado, numa espécie de pote de conserva. Ainda que a narrativa pareça pastelão ou coisa do tipo, há muito conteúdo por trás da trama e, principalmente, muita metáfora e crítica política ao regime ditatorial que o Brasil vivia na época. Em tempos tão sombrios que vivemos, é ainda mais essencial ler Pilatos. Um livraço.
5.
Título: Quem Matou Vargas
Páginas: 248
Editora: Planeta
Link para compra: apenas em sebos.
Sobre o livro: Vale a pena também conhecer uma outra faceta de Cony, pouquíssimo explorada: a de jornalista e ensaísta. Além de seus romances e contos, o escritor carioca também produziu livros de investigação e de aprofundamento histórico, como é o caso de Quem Matou Vargas. Nele, Cony se baseia em documentos, entrevistas e aprofundadas pesquisas sobre a história de um dos presidentes mais controversos e amados do País. Excelente para conhecer Cony e se aprofundar na história do Brasil.