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Foto do escritorMatheus Mans

5 livros para conhecer Kazuo Ishiguro, vencedor do Nobel de Literatura


Que alegria receber a notícia na última quinta-feira, 5, de que Kazuo Ishiguro é o vencedor do Nobel de Literatura. Sucedendo Bob Dylan, o nipo-britânico é ainda pouco difundido no Brasil. Um mistério a ser decifrado, mas que poderá ganhar contornos populares após sua nomeação.

No Nexo, encontrei definição feita pela secretária-permanente da Academia Sueca, Sara Danius, sobre ele. E é perfeita. “Se você misturar Jane Austen e Franz Kafka, tem a síntese de Ishiguro. Mas é preciso adicionar Marcel Proust. E então misturar, mas não muito, e eis seus escritos.”

Se você ainda não se aventurou na literatura de Ishiguro, o Esquina separou cinco livros que são essenciais para este mergulho -- alguns desses, infelizmente, não disponíveis no País. Sem dúvidas, vale conhecer mais desta obra mística, e por vezes ruidosa, de um escritor que merece reconhecimento.

O Gigante Enterrado

Meu livro preferido de Ishiguro. Nele, acompanhamos a jornada de um casal em busca do filho em uma terra marcada por guerras recentes e por uma estranha e misteriosa névoa que causa esquecimento. Se aproximando mais da literatura de George Martin, Tolkien e Murakami, aqui Ishiguro apresenta um épico arturiano que transita entre o lirismo e a fantasia -- num verdadeiro romance sobre amor, guerra e memória. É lindo e muito bem escrito.

Os Vestígios do Dia

O velho mordomo Stevens vai ao encontro de miss Kenton, antiga companheira de trabalho. Em viagem de carro pelo interior da Inglaterra, ele relembra os anos que dedicou a lord Darlington e reflete sobre a sua profissão na história da Inglaterra -- tudo com a delicadeza característica de Ishiguro e um certo ar bucólico de Jane Austen, que revela aspectos mais sombrios da política britânica. Sem dúvidas, uma daquelas histórias que merecem ser lidas nas entrelinhas.

Não me Abandone Jamais

Desta vez, Ishiguro volta a se aprofundar na ficção científica e no romance. Na trama de Não me Abandone Jamais, o mais injustiçado livro do escritor, acompanhamos a vida de Kathy, Tommy e Ruth, clones criados para doar órgãos -- se sem nenhuma outra função social que dê sentido às suas vidas. Neste cenário, Ishiguro constrói uma trama sobre perda, solidão e a sensação de que, às vezes, já é tarde para vivermos. Tudo embalado em uma trama silenciosa e cheia de significados.

Quando éramos órfãos

Não é o livro mais brilhante de Ishiguro, mas é divertido vê-lo contar uma história policial de modo tradicional. Na trama, acompanhamos o detetive Christopher Banks, que retorna a Xangai, sua terra natal, onde seus pais desapareceram misteriosamente há vinte anos. A cidade agora é palco da guerra entre China e Japão, e a busca de Banks por seus pais passa a confundir-se com a busca pela ordem num mundo órfão, vitimado pela sombra e pelos discursos de ódio.

Noturnos

Reunião de cinco contos de Ishiguro, Noturnos deixa de lado a solenidade distendida dos romances para dedicar-se à concisão, à leveza e ao humor concentrado do gênero curto com contos sobre instrumentistas e amantes da música, de diversas partes do mundo. É divertido de ler e mostra uma outra faceta de Ishiguro, pouco conhecida por parte do grande público.

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