O Brasil tem a felicidade de ter alguns bons nomes no gênero de crônicas. Luis Fernando Verissimo é um dos mais populares e celebrados, seguido do saudoso Carlos Heitor Cony, do ácido Stanislaw Ponte Preta, dos brasileiríssimos João do Rio, Rubem Braga e Nelson Rodrigues, da forte e contundente Clarice Lispector e por aí vai. Há um nome, porém, que parece sempre estar circulando à margem da crônica brasileira, mas que possui um bom-humor e uma observação ímpar da sociedade: Mario Prata.
Nascido em Uberaba, Prata é um multivalente profissional das palavras. Além de cronista, sua face mais conhecida, também é escritor de romances, dramaturgo, jornalista e autor de telenovelas -- carreira esta que interrompeu após o fracasso da divertida, mas polêmica Bang Bang. Apesar dos diversos meios, é fácil de identificar sua forma de tratar o texto. Sempre com um humor afiado, por vezes quase explícito, mas que ajuda a contar um pouco do cotidiano do brasileiro e, assim, de nossas próprias vidas.
O Esquina, então, selecionou cinco livros essenciais para conhecer, além da face cronista de Mario Prata, seus outros lados e seus outros talentos. Confira a lista abaixo:
1.
Título: Minhas Vidas Passadas (a limpo)
Páginas: 171
Editora: Planeta
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Sobre o livro: Mario Prata adora revisitar memórias -- ou criá-las em historias surpreendentes, originais e divertidas. É o caso do excelente Minhas Vidas Passadas (a limpo). Nele, o autor conversa com outras de suas reencarnações sobre os assuntos mais variados possíveis -- dentre eles, o índio presente na descoberta do Brasil e Ana de Betânia. Lembrando um pouco o recente Mario Prata Entrevista Uns Brasileiros, a obra é divertimento na certa. Além, é claro, de algumas boas pontadas de crítica social.
2.
Título: Os Anjos de Badaró
Páginas: 256
Editora: Objetiva
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Sobre o livro: Mario Prata foi um desbravador da internet. No início dos anos 2000, quando tudo era mato na web, ele saiu na frente e escreveu uma trama episódica em um blog pessoal. Essa trama acabou virando o divertido e irreverente livro Os Anjos de Badaró, no qual conta-se a história de um ginecologista que aceita, de uma hora pra outra, "experimentar" e catalogar garotas de programa -- nascendo, assim, os tais anjos de Badaró. Com muita coragem, sexo e histórias ao estilo noir, o livro consegue misturar gêneros de maneira muito fluída e natural. Sem deixar de ser divertido, é claro.
3.
Título: Sete de Paus
Páginas: 264
Editora: Planeta
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Sobre o livro: Enquanto Os Anjos de Badaró apenas flerta com o gênero policial, Sete de Paus mergulha de cabeça. Mas com muito humor, é claro. Na trama, o professor Hans Schneider aparece morto com um tiro na testa e com o próprio pênis enfiado na boca. Na virilha, uma carta de baralho: o sete de paus. Durante a investigação, ocorre outro assassinato com as mesmas características, o que leva a polícia a trabalhar com a hipótese de se tratar de um serial killer. O motivo? Só o agente federal Ugo Fioravanti Neto, uma das mais divertidas criações de Prata, pode responder. Livro indispensável.
4.
Título: Minhas Tudo
Páginas: 184
Editora: Planeta
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Sobre o livro: O melhor livro de Mario Prata. Aqui, o escritor traça um retrato bem-humorado de sua própria vida com pequenos acontecimentos do cotidiano -- e que, de certa forma, podem causar certa identificação no leitor. São histórias banais, por vezes quase inacreditáveis, com uma escrita leve e que coloca o leitor para trafegar por entre as palavras e a memória do autor. É gostoso de ler e, sem dúvidas, um calmante muito divertido para os dias atribulados que vivemos. Rápido, simples e direto ao ponto. Para quem gostar, vale a pena conhecer o excepcional Minhas Mulheres e Meus Homens.
5.
Título: 100 crônicas
Páginas: 232
Editora: O Estado de S. Paulo
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Sobre o livro: Livro que só se encontra em sebos, já que foi editado pelo Estadão e nunca mais recebeu novas tiragens. Como o próprio nome diz, é um compilado das 100 melhores crônicas publicadas pelo escritor nos tempos em que era colunista do Caderno 2 no jornal paulista. São histórias leves, divertidas e, às vezes, com algumas boas alfinetadas. Com a escrita leve de Prata, entra-se em suas histórias, na época em que são contadas e em suas memórias. Destaque para a ótima Amor, vamos discutir a relação? e Criança diz Cada Uma.... São histórias para ler aos poucos, se divertindo em doses. Observação: há uma outra versão, da Planeta, chamada Cem Melhores Crônicas. Não é a mesma coisa, porém.
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