Você pode até não gostar de animação e não suportar produções orientais. Mas dificilmente não vai se encantar com o traço e a qualidade das obras do animador Hayao Miyazaki. Com uma legião de fãs espalhados pelo mundo, o cineasta japonês construiu uma carreira sólida na animação e se firmou como um dos principais nomes do cinema estrangeiro, batendo de frente com produções da Disney e Dream Works.
Atualmente, Miyazaki diz que está aposentado, apesar de ainda aparecer com um ou outro trabalho de vez em quando -- já tem filmes previsto para o ano que vem, por exemplo. Por isso, o Esquina decidiu fazer uma lista com cinco filmes essenciais do cineasta japonês. Uma tarefa difícil, visto que Miyazaki tem mais de 26 filmes como diretor. Todos belíssimos, quase sem defeitos.
Se sentiu falta de algum filme, deixe nos comentários! Se não conhece a obra de Miyazaki, não perca mais tempo: veja os filmes abaixo e tente não derramar algumas lágrimas -- uma tarefa quase impossível, eu diria.
Princesa Mononoke
Um dos filmes mais audaciosos de Miyazaki por conta de sua trama de narrativa não-linear e pelo ar fantasioso empregado em todo filme. Na história, homens, monstros e deuses dividem a Terra, enquanto o jovem Ashitaka parte em uma jornada para encontrar uma cura para o que acontece no mundo. No meio do caminho, porém, ele se vê num conflito entre mineradores de ferro e deuses-animais. E é neste embate que ele acaba por conhecer San, a princesa mononoke adotada pelos deuses-lobo. É lindo, belo e tem um final surpreendente, que dá força para todas as personagens criadas por Miyazaki nesta audaciosa trama.
Ponyo: Uma Amizade que Veio do Mar.
Filme com ares mais infantis na filmografia de Miyazaki, conta a história de um menino que resgata um peixinho no mar e dá o nome de Ponyo. A partir daí, eles embarcam numa jornada de fantasia para tentar transformar o peixinho em um humano. Ainda que com uma beleza deslumbrante, e com uma lição de moral fortíssima, Ponyo encanta pela simplicidade e, principalmente, pela leveza de sua história.
Meu Amigo Totoro
Um dos filmes mais conhecidos de Miyazaki por conta da fofura que a personagem de Totoro transmite. A história, então, é belíssima: duas irmãs se mudam para o interior do Japão, onde a mãe se recupera de uma grave doença. Lá, ela acaba entrando em contato espíritos da floresta -- pertencentes ao folclore japonês -- e fazem amizade com Totoro, que dá título ao filme. É um daqueles filmes com uma mensagem importante, sobre fé e companheirismo, e que permite ao espectador dar um suspiro de esperança ao final da projeção. Difícil não chorar.
O Castelo Animado
Muitos não gostam de O Castelo Animado por afirmarem que possui uma narrativa confusa e cansativa. Eu, particularmente, não concordo: ele conta a história de um jovem de 18 anos que conhece Hauru, um mágico sedutor, mas de caráter duvidoso. No entanto, enquanto eles se conhecem, uma feiticeira lança um feitiço em Sophie, fazendo com que ela vire uma velha de 90 anos. Desesperada, ela acaba se escondendo no Castelo Animado, dando uma nova vida ao lugar. A trama é cheia de detalhes delicados e cheios de significado -- por isso, preste atenção quando assistir. E o final, grandioso, é um dos mais impactantes da carreira de Miyazaki.
A Viagem de Chihiro
É uma obra-prima, um clássico do cinema moderno. É um dos raros filmes que não possui defeitos. Irretocável. Nele, há a junção de tudo que Miyazaki celebra (folclore japonês, fantasia e inocência infantil) ao contar a história de uma garota que vai parar em um mundo que fica no limiar entre o sonho e a realidade. Lá, ela precisará achar uma saída para salvar seus pais -- transformados em porcos -- e voltar para o mundo real. A criação visual de Miyazaki é indiscutível e a história é uma das mais bem contadas nos últimos anos do cinema. Impossível não virar fã do cineasta japonês depois de embarcar na viagem de Chihiro.
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