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Bárbara Zago

3 motivos para ler e 1 pra não ler 'Freud e a Fantasia'


Carlos Alberto de Mattos Ferreira, tendo em vista a amplitude de definições para o conceito de fantasia, propõe-se à examiná-lo dentro da teoria freudiana. Psicólogo e, obviamente, psicanalista, já havia tido proximidade com o tema durante a formação acadêmica. Durante a graduação, apresentou à banca A Relação Entre A Fantasia e o Brincar na Constituição do Psiquismo, sob uma Ótica Freudiana e, anos mais tarde, obteve seu doutorado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro ao explorar a Origem e Função da Fantasia na obra de Freud.

Partindo disso, seu mais recente livro Freud e a Fantasia, do Grupo Editoria Record, integra a coleção Para ler Freud. Listamos 3 motivos para ler e 1 para não ler, contemplando não só pessoas que tem familiaridade com a Psicanálise, mas também leigos que se interessam pela temática.

Para ler:

1) O autor faz um excelente recorte cronológico da obra freudiana. Ferreira se propôs a retomar a hipnose, relacionando-a com a questão da histeria, que na época era considerada uma tentativa de reação ao trauma. Contextualiza o fato de a sexualidade, um dos componentes histéricos, ser uma ideia não compatível com a moral vigente, para então se debruçar sobre a temática de fantasias e desejos.

2) Ferreira faz questão de expor casos clínicos tratados por Freud. Ainda que vastamente conhecido pela área da Psicologia, o autor retoma casos clínicos, porém dando ênfase o caso do Homem dos Ratos, um advogado que em 1907 procurou Freud após apresentar sintomas de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Ferreira o analisa sob a perspectiva da fantasia, considerando esta como a realização de um desejo que necessita de medidas protetoras.

3) Avança na temática e relaciona a fantasia com a questão do brincar. Como inúmeros estudiosos da Psicologia, principalmente da Psicodinâmica, Ferreira ressalta a importância do brincar para Freud, ato extremamente sério e carregado de afeto. É a partir da atividade lúdica que a criança é capaz de distinguir a brincadeira da própria realidade. E é essa capacidade que diferencia o brincar do fantasiar.

Para não ler:

1) A linguagem. A proposta da coleção "Para ler Freud" é justamente trazer seus escritos de uma forma mais didática. Ainda que muito bem escrito, "Freud e a Fantasia" possui uma linguagem bastante complexa que exige um conhecimento mínimo sobre a Psicanálise, pois constantemente utiliza termos como pulsão, psiquismo e histeria, que pessoas leigas na maioria das vezes não têm ciência completa de seus significados.

 
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