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Foto do escritorMatheus Mans

Com novo filme, lenda de Rei Arthur volta a despertar curiosidade


Antes de tudo, vamos resolver uma questão: Rei Arthur nunca existiu. É uma lenda, pura e simples. No entanto, é um tipo de lenda que não deixa de sempre retornar à mente das pessoas e, consequentemente, nos estudos sobre o período que ele teria vivido e nas produções culturais, como é o caso do novo filme Rei Arthur: A Lenda da Espada, que acaba de chegar aos cinemas de todo o País.

“É mais seguro falar de uma ‘figura de Arthur’ do que apenas de Arthur”, explica o autor do livro The New Arthurian Encyclopedia, Norris J. Lacy, em entrevista ao Esquina. “Ou seja: não significa que nunca houve um líder que realizou atos notáveis que o transformaram em um modelo. Os ingleses podiam estar cientes de feitos realizados por uma pessoa e atribuí-los à figura de Arthur, que não existe.”

Assim, com essa aura de misticismo em torno de sua figura, junto com um forte sentimento de heroísmo, a lenda Arthur perdurou e fez com que centenas de livros e filmes sobre sua figura surgissem ao longo dos últimos séculos. Em uma rápida pesquisa, é possível encontrar quase 30 grandes produções sobre a lenda, incluindo uma animação da Disney e até um filme do grupo de humor Monty Python.

Independente das suas variações, a lenda tem uma trama quase única, apesar de formada por várias pequenas histórias: ele seria filha do rei Uther Pendragon e criado pelo mago Merlim. Na época, uma lenda circundava uma espada encravada em uma pedra -- a Excalibur. Quem conseguisse soltá-la, seria o rei. Arthur, é claro, conseguiu e, nos anos seguintes, liderou as principais guerras da região britânica.

Para Lacy, é natural que a figura de Rei Arthur tenha se perdurado nas produções culturais. Afinal, a partir de sua figura, é possível desprender história de amor, de traição e da luta de bem contra o mal (leia mais abaixo). “O material sobre Arthur constitui não apenas uma lenda, mas também um mito. E, como nos mitos em geral, somos atraídos para eles sem compreendermos completamente o motivo”, afirma o professor.

Por isso, não é surpresa que esta figura esteja voltando com força aos cinemas com um novo filme, Rei Arthur: A Lenda da Espada. Na história, Arthur é um jovem das ruas que controla os becos de Londres e desconhece a sua predestinação até o momento em que entra em contato pela primeira vez com a espada Excalibur. A partir daí, ele precisa enfrentar o mundo ao seu redor — é claro, tudo lenda.

“Existem várias explicações para a popularidade de Arthur hoje”, diz Lacy. “Primeiro, Arthur não está rodeado por cavalheiros e senhoras perfeitas. Ele tem fraquezas, enfrenta pecados humanos. A lenda tem apelo do idealismo e fragilidade. Assim, contos de Arthur são "thrillers": eles oferecem um relato excitante de guerra e paz, de amor e perda, da tensão constante entre paixões humanas. As pessoas se identificam com a sua fragilidade e querem saber mais sobre aquele personagem. É um ciclo sem fim.”

AS LENDAS

Há muitos eventos, reais ou não, que se tornaram firmemente ligados à "pessoa" de Arthur. Alguns deles são históricos ou políticos, e o essencial é o sucesso de Arthur em unir tribos sob sua liderança e derrotar inimigos, levando assim a um período pacífico e estável em que a cultura poderia florescer. Alguns dos textos — embora sejam fictícios — falam de um período de paz de 12 anos que seguiu as grandes conquistas de Artur.

Assim, à pedido do Esquina, Lacy listou as seis histórias mais icônicas relacionadas à lenda de Arthur. Veja abaixo as principais:

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