Recentemente, demos a dica de cinco obras brasileiras infantis contemporâneas indispensáveis. Agora, desta vez, vamos falar de dois livros infanto-juvenis para os mais crescidinhos -- ainda que nem tão crescidinhos assim. Ambas são publicas pela Editora do Brasil e chama a atenção por suas excelentes histórias e um visual encantador. São livros certeiros e emocionantes.
A seguir, falamos um pouco mais sobre cada um deles, com detalhes de trama e ilustrações:
Vida que Segue
A primeira indicação é o sensível e emocional Vida que Segue. Escrito por Luís Pimentel e ilustrado lindamente por Cátia Vidinhas, A obra acompanha a história de um garotinho que nunca conheceu o pai. No entanto, de um momento para o outro, sua mãe avisa que ele irá conhecê-lo. É o grande momento de sua vida, esperado por muitos anos pelo rapazinho.
A partir daí, com força e delicadeza, Pimental mostra a jornada desse menino rumo ao encontro com o pai. Mas, o que mais chama a atenção, é o cuidado do autor em falar sobre a imaginação do menino com relação à quem é seu pai. No final, como cereja do bolo, o autor sabe trazer outro assunto sério à tona, sempre respeitando as limitações de uma obra infanto-juvenil.
E tudo isso, claro, com ilustrações lindíssimas de Cátia Vidinhas. São desenhos bem autorais, com um traço cartunesco delicioso de acompanhar e de mergulhar em suas possibilidades.
A Colecionadora de Cabeças
Mas se você quiser uma obra um pouco mais conceitual e experimental, ainda que também voltada para os pequenos, a solução está no diferente A Colecionadora de Cabeças. E não precisa se assustar com o título. Aqui, a autora e ilustradora Ana Matsusaki fala sobre o que tem na cabeça de diferentes tipos de pessoa. O viajante, o músico, o metódico, o viajante, o pintor...
A partir daí, com ilustrações abstratas e deliciosas de mergulhar, o leitor acaba encontrando uma obra infanto-juvenil que vai muito além do óbvio e, principalmente, além dos preconceitos e das obviedades dos rótulos. Um livro importante não só para ampliar o vocabulário dos pequenos, como também para explorar um pouco mais a diversidade que existe ao nosso redor.
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