O primeiro semestre de 2018 está ficando para trás e, com isso, fica uma certeza: o ano para o cinema brasileiro foi muito bom. Diverso, ousado e original, as produções nacionais impressionaram pela qualidade cada vez mais alta de suas produções, indo na contramão do complexo de vira-lata que grande parte das pessoas possuem com os filmes brasileiros.
O Esquina, dado esse bom momento da produção cinematográfica do Brasil, separou os principais destaques e os classificou num ranking de cinco filmes. Os critérios para elencar os longas são os mesmos usados em outras listas classificatórias elaboradas pela reportagem: originalidade, qualidade técnica, história, atuações e caráter mobilizador.
5.
Título: Cartas para um Ladrão de Livros
Direção: Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros
Elenco: Laessio Rodrigues de Oliveira
Nota do filme: 8,5
1. Originalidade: 9,0
2. Qualidade Técnica: 7,5
3. História: 9,0
4. Atuações/entrevistas: 9,0
5. Caráter Mobilizador: 8,0
Justificativa: Divertido, ousado, crítico e bem feito, o documentário Cartas para um Ladrão de Livros é presença obrigatória na lista. Dirigido por Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros, o longa acerta ao mostrar a vida de um ladrão brasileiro de livros de modo pouco usual, permitindo que a história tome proporções divertidas e que não recaia, a todo o tempo, na crítica social. Isso, é claro, não indica que faltam alfinetadas ao longo da história. Há, e muitas. Mas o grande mote por trás da produção fica no colo do próprio espectador. Crítica completa AQUI.
4.
Título: Aos Teus Olhos
Direção: Carolina Jabor
Elenco: Daniel de Oliveira, Marco Ricca, Luisa Arraes
Nota do filme: 9,0
1. Originalidade: 7,5
2. Qualidade Técnica: 9,0
3. História: 9,0
4. Atuações/entrevistas: 9,5
5. Caráter Mobilizador: 10,0
Justificativa: Depois do também ótimo Boa Sorte, a cineasta Carolina Jabor decidiu apostar em mais um tema complexo para seu longa-metragem Aos Teus Olhos: o linchamento sem embasamento em tempos de redes sociais. Com um mote parecido com o dinamarquês A Caça, o filme mostra a repercussão da acusação de assédio em uma criança no Facebook e afins. É real, é humano, é atual. É uma discussão necessária e muito bem feita, que amplia o olhar do espectador e mostra que tudo pode ter, sim, dois lados. Crítica completa AQUI.
3.
Título: A Vida Extra-Ordinária de Tarso de Castro
Direção: Zeca Brito e Leo Garcia
Elenco: Tarso de Castro, Jaguar, Caetano Veloso
Nota do filme: 9,1
1. Originalidade: 7,5
2. Qualidade Técnica: 9,5
3. História: 10,0
4. Atuações/entrevistas: 9,5
5. Caráter Mobilizador: 9,0
Justificativa: Não canso de falar e repetir: o documentário A Vida Extra-Ordinária de Tarso de Castro é um filmaço. Ousado e de narrativa pouco usual para um documentário que precisa recorrer às entrevistas, o longa-metragem aposta numa narrativa dinâmica e em estratégias que deixam viva a curiosidade e o ânimo do espectador com relação à vida do falecido jornalista Tarso de Castro, responsável por criar o histórico jornal O Pasquim. É um filme que, de fato, faz mais sentido ao meio jornalístico, mas que é um alento ao público brasileiro. Crítica completa AQUI.
2.
Título: Arábia
Direção: Affonso Uchoa e João Dumans
Elenco: Aristides de Souza, Murilo Caliari, Renata Cabral
Nota do filme: 9,2
1. Originalidade: 8,5
2. Qualidade Técnica: 8,5
3. História: 10,0
4. Atuações/entrevistas: 9,0
5. Caráter Mobilizador: 10,0
Justificativa: Por pouco -- muito pouco -- que Arábia não encabeçou este rico e diverso ranking nacional. Com uma produção que chama a atenção pelo apuro técnico, o longa-metragem da dupla Affonso Uchoa e João Dumans vai na linha do neorrealismo brasileiro ao colocar um ator não-profissional (Aristides de Souza) na pele de um operário que circula pelo Brasil em busca de uma oportunidade. É real, é visceral, é bem feito. Arábia é uma aula de como fazer bons filmes e, principalmente, como é bom olhar para camadas sociais que recebem pouca atenção do cinema. Rende pérolas como essa. Crítica completa AQUI.
1.
Título: As Boas Maneiras
Direção: Marco Dutra e Juliana Rojas
Elenco: Isabel Zuaa, Marjorie Estiano
Nota do filme: 9,5
1. Originalidade: 10,0
2. Qualidade Técnica: 8,5
3. História: 10,0
4. Atuações/entrevistas: 10,0
5. Caráter Mobilizador: 9,0
Justificativa: Não adianta: As Boas Maneiras, da talentosa dupla Marco Dutra e Juliana Rojas (Trabalhar Cansa), é o melhor filme brasileiro do semestre e, quiçá, um dos melhores do ano. Ainda que não tenha despertado amores por todo o público, o filme tem uma trama ousada, pouco usada no cinema brasileiro, e uma história impressionante que funde fantasia com a dura realidade social brasileira. Difícil ver algo tão interessante no cinema como As Boas Maneiras, que fica com louvor com a primeira colocação. Crítica AQUI; matéria com elenco AQUI.
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