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Amilton Pinheiro *

Festival de Brasília 2017: confira todos os vencedores


A 50ª edição do Festival de Brasília se encerrou na noite de ontem, 24, com a entrega dos Candangos para os vencedores de curtas e longas metragens da mostra competitiva. O prêmio principal da noite, de melhor longa, foi para o intimista e poético Arábia, de Affonso Uchoa e João Dumans, que faz um retrato de dez anos na vida de um operário mineiro.

Esta edição do festival foi pautada na questão racial, que se mostrou salutar por trazer uma filmografia marginalizada e sem visibilidade dentro da indústria de cinema brasileiro. Mas também privilegiou, por conta disso, filmes problemáticos do ponto de vista de linguagem, prejudicando produções com narrativas mais elaboradas.

Alguns premiados se beneficiaram pelas temáticas abordadas em detrimento das formalidades estéticas e de linguagem que traziam. Filmes que não tratavam da questão racial, social ou da violência contra as mulheres, foram ignorados ou prejudicados na premiação, como foi o caso do curta-metragem Inocentes, de Douglas Soares, sobre o objeto de desejo do fotógrafo Alair Gomes, e o longa Pendular, de Julia Murat.

O Festival de Brasília apontou, nesta edição, outros caminhos e maneiras de analisar e avaliar os filmes, o que é muito importante. Agora resta saber se isso será uma tendência ou algo que espelhe apenas um momento de exceção que estamos atravessando. É nesse aspecto que o melhor filme do festival, Vazante, de Daniela Thomaz, duramente atacado por mostrar a escravidão do ponto de vista do olhar de um branco, foi o grande prejudicado.

Por outro lado, o diretor de Era Uma Vez Brasília, Adirley Queirós, que ganhou como melhor diretor, se beneficiou mais em função da temática abordada no seu longa do que os aspectos formais de sua direção.

Troféu Candango – Longa-metragem:

Melhor Filme: Arábia, dirigido por Affonso Uchoa e João Dumans

Melhor Direção: Adirley Queirós por Era uma vez Brasília

Melhor Ator: Aristides de Sousa por Arábia

Melhor Atriz: Valdinéia Soriano por Café com canela

Melhor Ator Coadjuvante: Alexandre Sena por Nó do Diabo

Melhor Atriz Coadjuvante: Jai Baptista por Vazante

Melhor Roteiro: Ary Rosa por Café com canela

Melhor Fotografia: Joana Pimenta por Era uma vez Brasília

Melhor Direção de Arte: Valdy Lopes JN por Vazante

Melhor Trilha Sonora: Francisco Cesar e Cristopher Mack por Arábia

Melhor Som: Guile Martins, Daniel Turini e Fernando Henna por Era uma vez Brasília

Melhor Montagem: Luiz Pretti e Rodrigo Lima por Arábia

Prêmio Especial do Júri: Melhor Ator Social para Emelyn Fischer, por Música para quando as Luzes se apagam

Júri Popular (Prêmio Petrobras de Cinema) longa-metragem: Café com canela, dirigido por Ary Rosa e Glenda Nicácio

PRÊMIOS OFICIAIS – Troféu Candango – Curta-metragem:

Melhor Filme: Tentei, dirigido por Laís Melo

Melhor Direção: Irmãos Carvalho por Chico

Melhor Ator: Marcus Curvelo por Mamata

Melhor Atriz: Patricia Saravy por Tentei

Melhor Roteiro: Ananda Radhika por Peripatético

Melhor Fotografia: Renata Corrêa por Tentei

Melhor Direção de Arte: Pedro Franz e Rafael Coutinho por Torre

Melhor Trilha Sonora: Marlon Trindade por Nada

Melhor Som: Gustavo Andrade por Chico

Melhor Montagem: Amanda Devulsky e Marcus Curvelo por Mamata

Prêmio​ ​especial: Peripatético, dirigido por Jéssica Queiroz

Júri Popular – Curta-metragem: Carneiro de ouro, dirigido por Dácia Ibiapina

OUTROS PRÊMIOS

Prêmio Canal Brasil: Chico, dirigido por Irmãos Carvalho

Prêmio Abraccine:

Melhor filme de longa-metragem: Arábia, dirigido por Affonso Uchoa e João Dumans

Melhor filme de curta-metragem: Mamata, dirigido por Marcus Curvelo

Prêmio Saruê: Afronte, direção de Marcus Azevedo e Bruno Victor

Prêmio Marco Antônio Guimarães: Construindo pontes, dirigido por Heloísa Passos

Prêmio CiaRio/Naymar para o melhor curta pelo Júri Popular: Carneiro de ouro, dirigido por Dácia Ibiapina

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