Eu sempre gostei muito de filmes de terror, desde quando me diagnostiquei como uma baita amante da sétima arte. Inclusive gosto daqueles filmes que costumamos chamar de “pastelões”, que vemos sabemos o quanto vai ser ruim e mesmo assim acabamos gostando da experiência justamente por ser catastroficamente engraçada e mal feita.
Apesar disso, sou da teoria que não se fazem mais filmes bons de terror como antigamente. Acho que desde a série Jogos Mortais, os filmes assustadores para as telonas não fazem jus ao roteiro bem amarrado e aos personagens bem desenvolvidos de todos os 7 filmes sanguinários dessa série que eu tanto gosto. Com exceção de alguns pequenos acertos como Invocação do Mal e Annabelle, os filmes de terror tem caído naquilo que eu chamo da síndrome do “só mais um”. E o russo A Noiva é um exemplo dessa minha teoria pessoal.
A trama do filme prometia bastante. Quando vi o trailer, achei diferente. Trata-se de uma tradição antiga de se fotografar pessoas mortas na esperança que seus espíritos permaneçam vivos no negativo da foto. No filme, um fotógrafo perde sua amada e aposta no ritual para manter “a noiva” viva. E é a partir daí que toda história se desenvolve. Vemos, em tempos presentes, a família deste fotógrafo ainda amaldiçoada por conta do erro que ele cometeu no passado.
Além da incapacidade de aproveitar um enredo um tanto quanto “diferente” que poderia ter rendido um baita filme, o maior erro de A Noiva são os atores/personagens. Nenhum salva. Como o filme é russo, acho difícil que alguém já tenho visto esses atores por aí. Mas são todos tão ruins que não acho que isso seja um problema. A personagem principal, que interpreta a noiva no tempo atual do filme, não causa empatia alguma. A atuação fraca faz com que o desespero dela não seja dose alguma de entretenimento. E isso é válido para o noivo e o resto da família central do roteiro.
O enredo cheio de buracos também torna A Noiva um filme ruim. Apesar de ser apenas mais uma história de espírito, alguns longas conseguem fechar seus clichês muito bem. No caso deste filme, os créditos sobem sem que seja possível entender direito o que aconteceu. Como todo filme de terror, há o ápice da batalha humano x espírito nos momentos finais e, logo após, toda e qualquer resposta que o espectador queira ter é deixada de lado. Não é justo com nós, amantes de filmes assustadores.
Ouso a dizer que o único acerto de A Noiva é a proposta, que infelizmente se perde no longa adentro. Realmente parecia extremamente interessante a narrativa no começo, quando vemos toda a explicação da crença assombrada que envolve os negativos fotográficos e os espíritos malignos. Até a primeira hora de filme, achei que sairia da cabine falando que tinha assistido um filmão, mas estava errada.
Vale lembrar que o filme veio para o Brasil dublado em português e em inglês, o que deixa a experiência um tanto quanto estranha, já que se trata de falas russas, originalmente. Para quem ainda insiste em pagar pra ver, o filme entrega bons sustos. Não diria que foram preciosas horas jogadas foram, mas definitivamente não é um filme que te envolve a ponto de você não querer dar aquela conferida no WhatsApp enquanto as coisas acontecem.
RUIM
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