Com música eletrônica, marretas infláveis e muita cor, o filme Aves de Rapina pousou na CCXP 2019 na noite de quinta, 5. Era o painel mais aguardado do dia e reuniu uma multidão dentro e fora do auditório -- como é de praxe, claro, muita gente não conseguiu entrar. Mas o fato é que o material exibido surpreendeu e reacendeu os ânimos com a produção, que vinha sendo posta em dúvida após o fracasso de Esquadrão Suicida.
Em Aves de Rapina, conta-se a história do grupo de mulheres comandado por Arlequina (Margot Robbie) -- talvez, a única personagem que deu certo no filme Esquadrão. Desta vez, ela irá contar com a ajuda de figuras como a Caçadora (Mary Elizabeth Winstead), Canário Negro (Jurnee Smollett-Bell) e Cassandra Caine (Ella Jay Basco) para evitar que um criminoso (Ewan McGregor) cause a destruição completa da cidade de Gotham.
"Eu não estava pronta pra dar tchau pra a Arlequina em Esquadrão Suicida. Eu nunca tinha lido os quadrinhos antes do papel, e fiquei obcecada. São maravilhosos, com personagens incríveis. Queria ver mais mulheres na tela", resumiu Margot Robbie, no painel da CCXP, animada com a reação do público presente. "Mas é uma historia de origem dessas aves de rapina, contando um pouco mais da amizade inesperada".
Primeiras impressões
Durante o painel de Aves de Rapina, a diretora Cathy Yan e o elenco apresentaram a cena que abre o longa-metragem e, também, um trailer exclusivo. É difícil, obviamente, falar sobre o que pode vir a ser o filme. Dezenas de produções já encantaram o público na CCXP e, depois, decepcionaram quando chegaram aos cinemas. Afinal, a Warner Bros. escolheu a dedo quais cenas e quais momentos exibir para o público em profusão.
No entanto, o que se viu foi surpreendente. Margot Robbie (O Lobo de Wall Street) continua dentro do papel, fazendo uma personagem exagerada, levemente malvada e encantadora. A diretora Cathy Yan (Dead Pigs) parece ter pego o clima que era esperado em Esquadrão Suicida e não pensou duas vezes antes de colocar violência -- ainda que nunca gráfica -- e cores que deixam o filme mais memorável. Há originalidade aqui.
Além disso, há um tom de empoderamento feminino interessante. Apesar de não ser nada sutil, ele conversa com assuntos modernos e coloca o longa-metragem à frente.
Infelizmente, pouco pode ser visto das personagens de Mary Elizabeth Winstead, Jurnee Smollett-Bell, Ella Jay Basco e Rosie Perez. A única coisa a se destacar é que a personagem de Winstead, aparentemente, irá divertir com durona e insensível. Nada a ver com outros papéis da atriz, como em Scott Pilgrim e, recentemente, Rua Cloverfield. Ela sai da zona de conforto e tem um preparo físico que deve ser realçado.
Vale destacar, também, rápidas sequências com o vilão Máscara Negra (McGregor). Não deu para ver muito. Mas o ator de Star Wars e Doutor Sono parece estar se divertindo.
Em resumo: é um filme que levantou o astral e parece ter um futuro promissor. Nada a ver com Coringa, porém. Cathy Yan apostou no lúdico, no colorido e no fantasioso. Quem sabe, assim, Aves de Rapina não segue a mesma linha de Shazam! e se torna um sucesso agradável, que não decepciona como Liga da Justiça, mas também não chama a atenção e se torna memorável como os filmes mais sombrios do estúdio. A ver.
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