“Puxar pela memória cinematográfica? Vamos lá”, diz o animado Tom Zé, ao ser questionado sobre os seus cinco filmes favoritos. Como esperado, porém, o cantor e compositor baiano não é uma pessoa afeita às convenções. Não é surpresa que ele tenha buscado em sua memória, e no meio do caminho, desistido. No final, se contentou com apenas três indicações. “Se falar comigo amanhã, posso me lembrar de outros marcos cinematográficos”, justifica Zé.
Não é preciso falar com Tom Zé novamente, no entanto. Apesar de menos indicações, todas são surpreendentes. O baiano é expressivo, intenso, arrebatador. Espera-se que ele indique filmes de cineastas de acordo com as suas maneiras. Mas ele vai na contramão do esperado e indica três obras de Ingmar Bergman, um dos mais introspectivos e intimistas diretores do século passado.
“Vejo os filmes do Bergman sempre que posso e quando me dá vontade de rever”, conta Tom Zé, em entrevista ao Esquina. “Tem coisas incríveis como roteiro, direção de atores, fotografia. E o fotógrafo Nykvist? É um exemplo de fusão sem que se percam as identidades de ambas as artes, você não acha?”, pergunta Tom, citando Sven Nykvist, diretor de fotografia de Bergman.
Para a estreia da seção 5 filmes essenciais para…, que irá falar com anônimos e personalidades para descobrir suas obras cinematográficas preferidas, o cantor, compositor e poeta Tom Zé:
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